Ruy Rocha - Foto divulgação |
Fale-nos sobre você.
Meu nome é Ruy Rocha Jr., sou licenciado em História e Filosofia, especialista em Sociologia, Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (2005). E tenho mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2011). Minha formação privilegiou a pesquisa de temas relacionados com as crenças humanas, filosofia, história, simbolismo, misticismo, ritualística e imaginário. Escrevi duas obras: Cultos de Mistério: Dionísio e as origens ocultas do cristianismo e Morte e Ressurreição no Egito Antigo: a influência da religião egípcia no cristianismo, ambas pela Fonte Editorial. Exerço o cargo de professor efetivo na rede pública do Estado de São Paulo (Escola Senador João Galeão Carvalhal, em Santo André-SP), e leciono Filosofia na rede privada (Colégio Arbos, em Santo André-SP).
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre seus livros.
Meu nome é Ruy Rocha Jr., sou licenciado em História e Filosofia, especialista em Sociologia, Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (2005). E tenho mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2011). Minha formação privilegiou a pesquisa de temas relacionados com as crenças humanas, filosofia, história, simbolismo, misticismo, ritualística e imaginário. Escrevi duas obras: Cultos de Mistério: Dionísio e as origens ocultas do cristianismo e Morte e Ressurreição no Egito Antigo: a influência da religião egípcia no cristianismo, ambas pela Fonte Editorial. Exerço o cargo de professor efetivo na rede pública do Estado de São Paulo (Escola Senador João Galeão Carvalhal, em Santo André-SP), e leciono Filosofia na rede privada (Colégio Arbos, em Santo André-SP).
ENTREVISTA:
Fale-nos sobre seus livros.
Meu primeiro livro – Cultos de Mistério – se originou da minha dissertação de mestrado, quando pesquisei as aproximações entre o culto ao deus Dionísio, seja na Grécia ou fora dela, e o cristianismo nascente. Cultos de Mistério nasceu de minha história individual, e relaciona-se igualmente com minhas buscas e crenças pessoais.
Obviamente elas mudaram conforme meus passos avançavam e retrocediam.
Devo dizer que a curiosidade pelas perguntas “Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?” teve enorme impacto na elaboração de minhas letras. O projeto tomou corpo em meu ingresso no Programa de Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo; tendo como área de Concentração: Literatura e Religião no Mundo Bíblico. E Linha de Pesquisa: Estudos Históricos Literários do Mundo Bíblico. A dissertação foi apresentada em 31 de agosto de 2011, sob orientação do Dr. Paulo Nogueira; sendo aprovada com louvor. O título original foi: FLUXOS E TROCAS NOS ANTIGOS CULTOS DE MISTÉRIO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS SIMBÓLICOS EM JOÃO 2, 1-11. Minha segunda obra – Morte e Ressurreição no Egito Antigo – aborda os principais conceitos da religião egípcia, as origens de Kem, o panteão egípcio, Howard Carter e as pirâmides. A pesquisa avalia como o cristianismo absorveu vários elementos do mito osiriano. Serão apresentados os componentes que formam a lei da dualidade, presente na mitologia de Isis e Osíris. Ao analisar a tradição de Ísis e Osíris, eu apresento as diversas semelhanças entre a visão egípcia da ressurreição e sua conexão com o cristianismo.
Interpreto, sob o prisma do mito osiriano, as relações de Isis com a fertilidade, a conexão com a estrela Sírius e as cheias do Nilo. A explanação discorrerá sobre Osíris, sua regência no DWAT, o título de deus vegetante, o trigo, e a importância do embalsamento no simbolismo da ressurreição. Na pesquisa eu explano o mito de Isis e Osíris por meio da obra de Plutarco, traduzida do grego para o espanhol.
Com base no texto, discuto as hipóteses sobre a interpretação mística de seu renascimento sobrenatural, ressurreição e posse do trono do DWAT. Por fim, explano elementos do casal herege Akhenaton e Nefertiti.
Fale-nos sobre seu processo de criação.
Eu pesquiso religião desde os anos noventa, pois as relações entre o ser humano, fé e esperança sempre me fascinaram. Não escrevo ficção, muito embora alguns elementos que trago em meus escritos sejam parte do imaginário das denominações religiosas ou místicas que trato. Afinal o sagrado pergunta sobre a dimensão desses anseios, fé e esperança, e busca a sua maneira de decifrá-los. Embora a obra não tenha nenhuma conotação religiosa ou dogmática, reitero que eu possuo minha dimensão individual de fé. Também devo destacar minha incursão no universo das ordens iniciáticas, visto que isso acrescentou vivência nos estudos. Iniciei os escritos do primeiro livro em 2004, os manuscritos serviram como base da dissertação de mestrado apresentada em 2011. E seu resultado abriu ainda mais o leque, visto que todo o trabalho de anos resultou em Cultos de Mistério. Ao término do mestrado iniciei a escrita de Morte e Ressurreição no Egito Antigo, concluindo sua primeira versão em 2013. Parte do que escrevo advém de pesquisa, outra das minhas experiências e dos insights que elas produzem em minha consciência.
Como analisa a questão da leitura no país?
Entendo que o mundo passa por enorme mudança, nossa noção de tempo oscila muito, pois em alguns casos a tecnologia ajudou positivamente, em outros aspectos vem mudando hábitos. E um deles é o da leitura, ou o modo com que nos relacionamos com as letras. O caso brasileiro é ainda mais emblemático, desde nossas origens temos enorme defasagem no que tange ao hábito da leitura. Não me cabe aqui elaborar uma nova tese sobre o tema.
Os problemas vão desde nosso calcanhar de aquiles, que é o ensino fundamental, até a valorização da leitura pela sociedade. Acrescente-se nesse cenário a força da tecnologia, que de uma forma ou de outra nos força a fazer uso da leitura atrelada aos dispositivos (smartphones, tablets, iPads etc.). Reconheço que temos leitores de e-books com excelente qualidade, mas seus preços estão em pé de igualdade com aqueles praticados em livros físicos. Ou seja, extremamente caros para a imensa maioria da população. Estamos discutindo metodologias ativas e outras novas perspectivas com um atraso imenso em algo simples, que é leitura e compreensão de texto. Quem são nossos leitores? Zumbis. Receio que a responsabilidade deva ser repensada, e dividida entre educadores, sociedade, editoras e empresas de tecnologia. Afinal uma pergunta sobre a leitura no Brasil remete a outra: Que Brasil queremos?
Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho?
Por meio das obras, diretamente comigo via e-mail ruy.rocha.jr@gmail.com, ou pela editora Fonte Editorial http://www.fonteeditorial.com.br
O que tem lido ultimamente?
Tenho retomado algumas leituras como Albert Camus, e alguns outros como Borges. Acho que meu momento pede leituras diferenciadas daquelas que tive ao longo de minha vida acadêmica.
Quais os seus próximos projetos?
Projetos? Bem, eu sou o atual projeto (risos)! Dediquei algumas décadas ao projeto de pesquisa e à consecução de minhas obras, neste momento vivo um novo horizonte. Desejo agora dar atenção às questões pessoais e de saúde, mas isso não significa que abandonei as leituras, e seu mundo fantástico. Todavia urge repensar alguns caminhos, e nesse sentido Morte e Ressurreição no Egito Antigo é um divisor de águas, entre o escritor/leitor e o homem que completa cinquenta primaveras.
Meus projetos estão direcionados para o eu interior!
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
Obviamente elas mudaram conforme meus passos avançavam e retrocediam.
Devo dizer que a curiosidade pelas perguntas “Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?” teve enorme impacto na elaboração de minhas letras. O projeto tomou corpo em meu ingresso no Programa de Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo; tendo como área de Concentração: Literatura e Religião no Mundo Bíblico. E Linha de Pesquisa: Estudos Históricos Literários do Mundo Bíblico. A dissertação foi apresentada em 31 de agosto de 2011, sob orientação do Dr. Paulo Nogueira; sendo aprovada com louvor. O título original foi: FLUXOS E TROCAS NOS ANTIGOS CULTOS DE MISTÉRIO: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS SIMBÓLICOS EM JOÃO 2, 1-11. Minha segunda obra – Morte e Ressurreição no Egito Antigo – aborda os principais conceitos da religião egípcia, as origens de Kem, o panteão egípcio, Howard Carter e as pirâmides. A pesquisa avalia como o cristianismo absorveu vários elementos do mito osiriano. Serão apresentados os componentes que formam a lei da dualidade, presente na mitologia de Isis e Osíris. Ao analisar a tradição de Ísis e Osíris, eu apresento as diversas semelhanças entre a visão egípcia da ressurreição e sua conexão com o cristianismo.
Interpreto, sob o prisma do mito osiriano, as relações de Isis com a fertilidade, a conexão com a estrela Sírius e as cheias do Nilo. A explanação discorrerá sobre Osíris, sua regência no DWAT, o título de deus vegetante, o trigo, e a importância do embalsamento no simbolismo da ressurreição. Na pesquisa eu explano o mito de Isis e Osíris por meio da obra de Plutarco, traduzida do grego para o espanhol.
Com base no texto, discuto as hipóteses sobre a interpretação mística de seu renascimento sobrenatural, ressurreição e posse do trono do DWAT. Por fim, explano elementos do casal herege Akhenaton e Nefertiti.
Fale-nos sobre seu processo de criação.
Eu pesquiso religião desde os anos noventa, pois as relações entre o ser humano, fé e esperança sempre me fascinaram. Não escrevo ficção, muito embora alguns elementos que trago em meus escritos sejam parte do imaginário das denominações religiosas ou místicas que trato. Afinal o sagrado pergunta sobre a dimensão desses anseios, fé e esperança, e busca a sua maneira de decifrá-los. Embora a obra não tenha nenhuma conotação religiosa ou dogmática, reitero que eu possuo minha dimensão individual de fé. Também devo destacar minha incursão no universo das ordens iniciáticas, visto que isso acrescentou vivência nos estudos. Iniciei os escritos do primeiro livro em 2004, os manuscritos serviram como base da dissertação de mestrado apresentada em 2011. E seu resultado abriu ainda mais o leque, visto que todo o trabalho de anos resultou em Cultos de Mistério. Ao término do mestrado iniciei a escrita de Morte e Ressurreição no Egito Antigo, concluindo sua primeira versão em 2013. Parte do que escrevo advém de pesquisa, outra das minhas experiências e dos insights que elas produzem em minha consciência.
Como analisa a questão da leitura no país?
Entendo que o mundo passa por enorme mudança, nossa noção de tempo oscila muito, pois em alguns casos a tecnologia ajudou positivamente, em outros aspectos vem mudando hábitos. E um deles é o da leitura, ou o modo com que nos relacionamos com as letras. O caso brasileiro é ainda mais emblemático, desde nossas origens temos enorme defasagem no que tange ao hábito da leitura. Não me cabe aqui elaborar uma nova tese sobre o tema.
Os problemas vão desde nosso calcanhar de aquiles, que é o ensino fundamental, até a valorização da leitura pela sociedade. Acrescente-se nesse cenário a força da tecnologia, que de uma forma ou de outra nos força a fazer uso da leitura atrelada aos dispositivos (smartphones, tablets, iPads etc.). Reconheço que temos leitores de e-books com excelente qualidade, mas seus preços estão em pé de igualdade com aqueles praticados em livros físicos. Ou seja, extremamente caros para a imensa maioria da população. Estamos discutindo metodologias ativas e outras novas perspectivas com um atraso imenso em algo simples, que é leitura e compreensão de texto. Quem são nossos leitores? Zumbis. Receio que a responsabilidade deva ser repensada, e dividida entre educadores, sociedade, editoras e empresas de tecnologia. Afinal uma pergunta sobre a leitura no Brasil remete a outra: Que Brasil queremos?
Como o leitor interessado deverá proceder para saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho?
Por meio das obras, diretamente comigo via e-mail ruy.rocha.jr@gmail.com, ou pela editora Fonte Editorial http://www.fonteeditorial.com.br
O que tem lido ultimamente?
Tenho retomado algumas leituras como Albert Camus, e alguns outros como Borges. Acho que meu momento pede leituras diferenciadas daquelas que tive ao longo de minha vida acadêmica.
Quais os seus próximos projetos?
Projetos? Bem, eu sou o atual projeto (risos)! Dediquei algumas décadas ao projeto de pesquisa e à consecução de minhas obras, neste momento vivo um novo horizonte. Desejo agora dar atenção às questões pessoais e de saúde, mas isso não significa que abandonei as leituras, e seu mundo fantástico. Todavia urge repensar alguns caminhos, e nesse sentido Morte e Ressurreição no Egito Antigo é um divisor de águas, entre o escritor/leitor e o homem que completa cinquenta primaveras.
Meus projetos estão direcionados para o eu interior!
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2016), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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