Egidio Trambaiolli - Foto divulgação |
Egidio Trambaiolli Neto por ele mesmo.
Sou pedagogo com habilitação em magistério e administração escolar, licenciado em Ciências e Matemática, licenciado e bacharel em Química e pós-graduado em Bioquímica. Por imergir no universo do querer saber mais e mais e pelo desejo de compartilhar meu conhecimento fui tragado pelo grande atrator do cosmo literário, acabei por escrever meu primeiro livro em 1994 e, desde então, não parei. Após 24 anos nessa estrada, acabei por escrever e publicar 649 obras, dos mais variados temas, da literatura infantil ao romance, dos paradidáticos de Matemática aos didáticos de Química, dos quadrinhos aos textos de apoio pedagógico, de roteiros a robótica. Esse desafio eclético me motiva de tal ponto a no momento estar escrevendo seis obras ao mesmo tempo. Pode parecer maluquice, mas desenvolvi esse jeito de trabalhar: às vezes aquela ideia precisa de um pouquinho mais de maturação e outra, já está no ponto certo para continuar, nesse meio-tempo outra ideia surge, talvez seja por essa razão que eu tenha a produtividade que hoje me coloca como o segundo mais produtivo do mundo.
ENTREVISTA:
Você está lançando o livro “Ulisses através do espelho”. Fale-nos sobre ele.
Sou pedagogo com habilitação em magistério e administração escolar, licenciado em Ciências e Matemática, licenciado e bacharel em Química e pós-graduado em Bioquímica. Por imergir no universo do querer saber mais e mais e pelo desejo de compartilhar meu conhecimento fui tragado pelo grande atrator do cosmo literário, acabei por escrever meu primeiro livro em 1994 e, desde então, não parei. Após 24 anos nessa estrada, acabei por escrever e publicar 649 obras, dos mais variados temas, da literatura infantil ao romance, dos paradidáticos de Matemática aos didáticos de Química, dos quadrinhos aos textos de apoio pedagógico, de roteiros a robótica. Esse desafio eclético me motiva de tal ponto a no momento estar escrevendo seis obras ao mesmo tempo. Pode parecer maluquice, mas desenvolvi esse jeito de trabalhar: às vezes aquela ideia precisa de um pouquinho mais de maturação e outra, já está no ponto certo para continuar, nesse meio-tempo outra ideia surge, talvez seja por essa razão que eu tenha a produtividade que hoje me coloca como o segundo mais produtivo do mundo.
ENTREVISTA:
Você está lançando o livro “Ulisses através do espelho”. Fale-nos sobre ele.
Ulisses Através do Espelho é a continuidade do livro Ulisses no País das Maravelhas, que ao mesmo tempo é uma obra non sense, bem-humorada, mas de grande crítica social. A saga de Ulisses é uma releitura das obras de Lewis Carroll, com personagens do folclore e da cultura brasileira, tudo começa com a troca de Alice, uma inglesinha, rica, loura, de olhos azuis, por Ulisses, um brasileirinho, negro e de origem humilde, que inicia a história na forma adulta, trabalhando como um técnico de manutenção de eletrodoméstico que é tragado por uma máquina de lavar roupas e jogado no mundo das Maravelhas, as quatro irmãs chamadas Mara, que são velhas, as filhas da Rainha de Copas que herdaram o reino visitado por Alice. Quando Ulisses chega ao reino das Maravelhas volta a ser um pré-adolescente e encontra vários personagens malucos: um tiranossauro baiano que dança axé, um tatu gaúcho, um tamanduá diabético, uma dupla caipira, um costureiro maluco (não temos chapeleiros por aqui, rsrsrsrs) e um grupo de sacis pra lá de traquinas, tem desde um capitão de cavalaria de sacis (imagine um saci montando a cavalo), até um campeão de arrotos. Já na saga de Ulisses Através do Espelho, Ulisses retorna para salvar seus amigos sacis que se apaixonam pelas princesas dos contos de fadas e abandonam suas sacizinhas. Mas está tudo de ponta-cabeça, Rapunzel, por exemplo, não fica em uma torre no meio da floresta, na verdade ela fica em uma casa em cima de um pau de sebo, no meio de uma festa junina, ela tem tranças, sarda no rosto, usa chapéu de palha e ainda tem um sotaque caipira. No meio de todos esses personagens ainda surgem outros mais, como o pé de garrafa, a loira do banheiro, cabeça de cuia, ET de Varginha, sanguanel, bernunça, mapinguari e muitos outros que, apesar de fazerem parte de nosso folclore, são desconhecidos pelo povo. Aí você me pergunta. E por que tanta mistura? A resposta está na imposição que vivemos da cultura de outras nações que está sufocando nosso folclore, importamos os Marveis e os Disney americanos, os mangás e animes japoneses, príncipes e bruxos europeus e nos esquecemos de nossos personagens tão ricos. Essa é a crítica! Daqui a pouco a obra de Lobato será transformada em Sítio do Picachu Amarelo. Não dá, né?
Você escreveu 649 livros publicados por diversas editoras. Como é o seu processo de criação? Quanto tempo leva para escrever um livro? Qual a obra que vendeu mais? E qual é a que deu mais satisfação (tanto pela receptividade do público quanto pelo fato de ter escrito)?
Apesar de ser um número impressionante até para a minha pessoa, não corri atrás dessa marca, durante muito tempo desenvolvi várias publicações para atendimento de mercado que se renovavam a cada ano, seria algo como produzir uma publicação a cada dez dias, isso se arrastou por onze anos, seria como se produzisse para uma banca de jornal, mas na verdade era para um projeto educacional que era distribuído nas escolas. Com isso, acabei expandindo horizontes, abrindo espaço em outras editoras e hoje tenho obras publicadas por treze editoras. Em alguns casos, a criação vem da inspiração, em outros, da transpiração, a partir de temas, por encomenda. Recentemente fiz trabalhos com o tema bullying, pesquisei muito a respeito, li vários livros e, por fim, fiz 12 volumes para atendimento em escolas sobre o tema. Já outros são criados a partir do clique inspirador, a partir de temas diversos, como o último livro que escrevi para uma editora, eu queria escrever algo sobre os autistas para o público pré-adolescente, que destila o veneno do bullying sobre essas pessoas. Eu mesmo me surpreendi com a vastidão desse universo. O curioso é que alguns livros são escritos de uma vez, dependendo do número de páginas, levam um, dois, três dias ou até um, dois, três meses; em contrapartida, há aqueles que levam anos, pois o autor tem um incômodo que não o deixa liberar a obra enquanto ela não estiver bem maturada, por isso, é bem variável. Algumas das obras que escrevi tiveram desempenhos maravilhosos: no campo dos paradidáticos: Alimentos em Pratos Limpos, que lancei pela Atual-Saraiva; O Contador de Histórias e Outras Histórias da Matemática, que lancei pela FTD e Vitrúvio para Crianças, que lancei pela Uirapuru são exemplos; mas em se tratando de literatura, Histórias de Valor, que lancei pela Cortez, Pinóquio do Asfalto e Ulisses no País das Maravelhas que lancei pela Uirapuru sem dúvidas estão entre os mais vendidos. Quanto à satisfação... Essa é uma pergunta difícil! É igual dizer qual filho você gosta mais. Mas certamente os livros nascidos da inspiração são os que mais dão satisfação, Histórias de Valor, Pinóquio do Asfalto e a saga de Ulisses são os que mais me trazem feedbacks deliciosos, pois é perceptível o envolvimento do leitor.
Por que resolveu abrir a Editora Uirapuru? Por que o mote “Trabalhar com valores humanos é a nossa especialidade”? O catálogo é composto por quantos títulos?
Decidi abrir a Editora Uirapuru porque queria inovar o mercado que muitas vezes é movido pelo embalo. Por exemplo, quando foi lançado um livro sobre vampiros que fez sucesso, todas as outras editoras correram atrás de lançar similares e isso é uma tendência, vieram as ondas dos bruxos, dos hoties, dos super-heróis. Nossa proposta não é essa, não queremos seguir modinhas, não temos intenções de copiar, mas de criar, inovar, resgatar memórias, fazer diferente. Nosso mote surgiu dessa inspiração, pois a ideia de fazer diferente não bastava, tinha de ser diferente, mas com valor humanista, social e de importância histórica. Daí, nosso slogan. Hoje nosso catálogo está com aproximadamente 150 títulos, mas há muitos em produção, quem sabe 2018 não termine com 200 títulos? Há expectativas.
Como é ser editor em um país como o nosso? Recebe quantos originais por mês? Como se dá o processo de publicação?
Ser editor no Brasil é uma luta, o brasileiro não lê, prefere músicas vazias e laxantes (com o perdão da palavra), folhetins de péssima qualidade traduzidos para a linguagem televisiva e programas de reality-shows em que o sexo e a violência dão a toada. Tudo isso desativa o cérebro pensante, torna-o letárgico e pouco produtivo: a massa crítica brasileira está atrofiando. Vivemos a era do Curral Nacional, por isso, o livro é caro, fecham-se livrarias com tanta frequência e a resposta é pequena. Hoje o que mais se vende são livros de youtubers, com conteúdos pobres e muitas vezes (põe muitas) inúteis. É caótico! Pelo menos alguns leitores persistem e são seletivos. Em média são de 20 a 30 originais que recebemos por mês, muitos são repetitivos, com temas desgastados, outros até bem escritos, mas fora de nossa linha editorial, e claro, recebemos textos excelentes e outros muito ruins. Em um ano, conseguimos selecionar no máximo cinco títulos que se adequam à nossa proposta, mas aí entra outra etapa que é o momento propício do mercado, que pode ser desde um período olímpico, ou até uma época do ano, como o Natal. São muitas as variáveis, por isso, precisa-se planejar: editar, revisar, preparar, ilustrar e diagramar para que a obra esteja pronta na data certa, no período certo. Às vezes, um atraso reflete em um ano de espera para o lançamento. De nada adianta lançar um livro sobre o tema Carnaval na Semana Santa, ou lançar um livro para adoção em escolas no começo do ano, a essas alturas os pais já estão com as listas de materiais, comprando os livros. Um livro tem que começar a ser trabalhado um ano antes do lançamento, caso contrário, vira correria, atropelo e a Lei de Murphy se faz valer.
Você também é professor. Como analisa a profissão? Ainda vale a pena?
Quem gosta do ofício não se entrega. O problema é que cada vez mais as crianças chegam mais destruídas pela mídia, volto a criticar a qualidade musical de hoje em dia que é proliferada pelas mídias, as letras são ruins, eu diria até de certa forma criminosas, pois alienam, vulgarizam, idiotizam. Se você coloca um verso de Fernando Pessoa eles rebatem com a letra de uma funkeira da moda, ou de um sertanejo que se acha o garanhão. É lamentável. A escola precisa ser repensada, há muito o que fazer, mas a vontade política não existe, quanto menos pensante for o cidadão, melhor para a alienação. Mas sempre valerá a pena, cada alma salva do purgatório é uma vitória, que dirá do inferno. Você pode ter certeza de que meus comentários serão criticados, mas não posso pactuar da passividade do massacre à nossa cultura.
Como vê a questão da leitura em um país que não lê? Existe alguma receita para que as pessoas adquiram o hábito de ler?
Isso dói demais, quando falo de Curral Nacional estou falando da passividade, as pessoas discutem as opiniões de outras pessoas como se fossem verdades absolutas. Se um diz que político A é um santo, um bando de alienados diz amém. Aí descobre-se que ele não é santo e as pessoas se defendem dizendo que pelo menos não votou no político B porque a mídia diz que ele não é bom. Não existe opinião construída por si só. Isso se dá porque não há senso crítico se não há leitura, não há reflexão, se não há reflexão não há crescimento ou luta pelos direitos. O reflexo está no "comodismo" do povo brasileiro em relação aos mandos e desmandos dos políticos brasileiros. Acho que a solução para o hábito de leitura vem da busca por cultura, é preciso criar o hábito de ir ao teatro, ir ao cinema para ver filmes com conteúdo, participar de grupos literários, ir a bibliotecas, assistir a palestras temáticas, instigar a curiosidade leitora, ouvir músicas de qualidade, enfim, é preciso fazer o cérebro pensar, levá-lo para a academia do conhecimento. Não se faz leitura por osmose, é necessário ter prazer e sentir-se engrandecido por alimentar o conhecimento pessoal.
O que está escrevendo atualmente?
Você escreveu 649 livros publicados por diversas editoras. Como é o seu processo de criação? Quanto tempo leva para escrever um livro? Qual a obra que vendeu mais? E qual é a que deu mais satisfação (tanto pela receptividade do público quanto pelo fato de ter escrito)?
Apesar de ser um número impressionante até para a minha pessoa, não corri atrás dessa marca, durante muito tempo desenvolvi várias publicações para atendimento de mercado que se renovavam a cada ano, seria algo como produzir uma publicação a cada dez dias, isso se arrastou por onze anos, seria como se produzisse para uma banca de jornal, mas na verdade era para um projeto educacional que era distribuído nas escolas. Com isso, acabei expandindo horizontes, abrindo espaço em outras editoras e hoje tenho obras publicadas por treze editoras. Em alguns casos, a criação vem da inspiração, em outros, da transpiração, a partir de temas, por encomenda. Recentemente fiz trabalhos com o tema bullying, pesquisei muito a respeito, li vários livros e, por fim, fiz 12 volumes para atendimento em escolas sobre o tema. Já outros são criados a partir do clique inspirador, a partir de temas diversos, como o último livro que escrevi para uma editora, eu queria escrever algo sobre os autistas para o público pré-adolescente, que destila o veneno do bullying sobre essas pessoas. Eu mesmo me surpreendi com a vastidão desse universo. O curioso é que alguns livros são escritos de uma vez, dependendo do número de páginas, levam um, dois, três dias ou até um, dois, três meses; em contrapartida, há aqueles que levam anos, pois o autor tem um incômodo que não o deixa liberar a obra enquanto ela não estiver bem maturada, por isso, é bem variável. Algumas das obras que escrevi tiveram desempenhos maravilhosos: no campo dos paradidáticos: Alimentos em Pratos Limpos, que lancei pela Atual-Saraiva; O Contador de Histórias e Outras Histórias da Matemática, que lancei pela FTD e Vitrúvio para Crianças, que lancei pela Uirapuru são exemplos; mas em se tratando de literatura, Histórias de Valor, que lancei pela Cortez, Pinóquio do Asfalto e Ulisses no País das Maravelhas que lancei pela Uirapuru sem dúvidas estão entre os mais vendidos. Quanto à satisfação... Essa é uma pergunta difícil! É igual dizer qual filho você gosta mais. Mas certamente os livros nascidos da inspiração são os que mais dão satisfação, Histórias de Valor, Pinóquio do Asfalto e a saga de Ulisses são os que mais me trazem feedbacks deliciosos, pois é perceptível o envolvimento do leitor.
Por que resolveu abrir a Editora Uirapuru? Por que o mote “Trabalhar com valores humanos é a nossa especialidade”? O catálogo é composto por quantos títulos?
Decidi abrir a Editora Uirapuru porque queria inovar o mercado que muitas vezes é movido pelo embalo. Por exemplo, quando foi lançado um livro sobre vampiros que fez sucesso, todas as outras editoras correram atrás de lançar similares e isso é uma tendência, vieram as ondas dos bruxos, dos hoties, dos super-heróis. Nossa proposta não é essa, não queremos seguir modinhas, não temos intenções de copiar, mas de criar, inovar, resgatar memórias, fazer diferente. Nosso mote surgiu dessa inspiração, pois a ideia de fazer diferente não bastava, tinha de ser diferente, mas com valor humanista, social e de importância histórica. Daí, nosso slogan. Hoje nosso catálogo está com aproximadamente 150 títulos, mas há muitos em produção, quem sabe 2018 não termine com 200 títulos? Há expectativas.
Como é ser editor em um país como o nosso? Recebe quantos originais por mês? Como se dá o processo de publicação?
Ser editor no Brasil é uma luta, o brasileiro não lê, prefere músicas vazias e laxantes (com o perdão da palavra), folhetins de péssima qualidade traduzidos para a linguagem televisiva e programas de reality-shows em que o sexo e a violência dão a toada. Tudo isso desativa o cérebro pensante, torna-o letárgico e pouco produtivo: a massa crítica brasileira está atrofiando. Vivemos a era do Curral Nacional, por isso, o livro é caro, fecham-se livrarias com tanta frequência e a resposta é pequena. Hoje o que mais se vende são livros de youtubers, com conteúdos pobres e muitas vezes (põe muitas) inúteis. É caótico! Pelo menos alguns leitores persistem e são seletivos. Em média são de 20 a 30 originais que recebemos por mês, muitos são repetitivos, com temas desgastados, outros até bem escritos, mas fora de nossa linha editorial, e claro, recebemos textos excelentes e outros muito ruins. Em um ano, conseguimos selecionar no máximo cinco títulos que se adequam à nossa proposta, mas aí entra outra etapa que é o momento propício do mercado, que pode ser desde um período olímpico, ou até uma época do ano, como o Natal. São muitas as variáveis, por isso, precisa-se planejar: editar, revisar, preparar, ilustrar e diagramar para que a obra esteja pronta na data certa, no período certo. Às vezes, um atraso reflete em um ano de espera para o lançamento. De nada adianta lançar um livro sobre o tema Carnaval na Semana Santa, ou lançar um livro para adoção em escolas no começo do ano, a essas alturas os pais já estão com as listas de materiais, comprando os livros. Um livro tem que começar a ser trabalhado um ano antes do lançamento, caso contrário, vira correria, atropelo e a Lei de Murphy se faz valer.
Você também é professor. Como analisa a profissão? Ainda vale a pena?
Quem gosta do ofício não se entrega. O problema é que cada vez mais as crianças chegam mais destruídas pela mídia, volto a criticar a qualidade musical de hoje em dia que é proliferada pelas mídias, as letras são ruins, eu diria até de certa forma criminosas, pois alienam, vulgarizam, idiotizam. Se você coloca um verso de Fernando Pessoa eles rebatem com a letra de uma funkeira da moda, ou de um sertanejo que se acha o garanhão. É lamentável. A escola precisa ser repensada, há muito o que fazer, mas a vontade política não existe, quanto menos pensante for o cidadão, melhor para a alienação. Mas sempre valerá a pena, cada alma salva do purgatório é uma vitória, que dirá do inferno. Você pode ter certeza de que meus comentários serão criticados, mas não posso pactuar da passividade do massacre à nossa cultura.
Como vê a questão da leitura em um país que não lê? Existe alguma receita para que as pessoas adquiram o hábito de ler?
Isso dói demais, quando falo de Curral Nacional estou falando da passividade, as pessoas discutem as opiniões de outras pessoas como se fossem verdades absolutas. Se um diz que político A é um santo, um bando de alienados diz amém. Aí descobre-se que ele não é santo e as pessoas se defendem dizendo que pelo menos não votou no político B porque a mídia diz que ele não é bom. Não existe opinião construída por si só. Isso se dá porque não há senso crítico se não há leitura, não há reflexão, se não há reflexão não há crescimento ou luta pelos direitos. O reflexo está no "comodismo" do povo brasileiro em relação aos mandos e desmandos dos políticos brasileiros. Acho que a solução para o hábito de leitura vem da busca por cultura, é preciso criar o hábito de ir ao teatro, ir ao cinema para ver filmes com conteúdo, participar de grupos literários, ir a bibliotecas, assistir a palestras temáticas, instigar a curiosidade leitora, ouvir músicas de qualidade, enfim, é preciso fazer o cérebro pensar, levá-lo para a academia do conhecimento. Não se faz leitura por osmose, é necessário ter prazer e sentir-se engrandecido por alimentar o conhecimento pessoal.
O que está escrevendo atualmente?
Atualmente estou escrevendo seis títulos, a continuidade da saga Ulisses; o segundo livro de O Semideus, o primeiro sairá este ano; uma releitura de Peter Pan; uma ficção infantojuvenil com contexto medieval; e duas literaturas para crianças de diferentes faixas etárias... Mas já estou pensando em outros rsrsrs.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2106), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
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