Lilian Vaccaro, formada em Magistério e Letras, sempre gostou de lecionar e o fez durante 14 anos. Dividida entre a carreira docente e a trajetória literária da filha, Lilian teve de optar e, num piscar de olhos, já estava assessorando escritores e abrindo uma editora. Com sede na cidade de Santo André (SP), a Editora Coerência completou dois anos em janeiro de 2018, tendo publicado mais de 70 títulos. Nesta entrevista, Lilian Vaccaro fala um pouco sobre a Coerência, o mercado editorial e sobre a Amazing, revista literária da editora.
ENTREVISTA:
Por que resolveu abrir uma editora? Qual é o diferencial?
Minha filha começou a ser escritora bem nova, com 13 anos, e eu, dividida entre lecionar e cuidar da carreira da filha, me vi em um momento que teria de escolher um dos dois para que o escolhido obtivesse mais sucesso.
Enquanto assessorava Giovanna, novos escritores a viam ter sucesso em sua carreira, começaram a me procurar, para assessoria também, e quando percebi estava lançando sete escritores no mundo editorial; e quando me dei conta, já estava com a Editora Coerência aberta, cujo diferencial é o cuidado e o profissionalismo com que tratamos cada escritor.
Como editora, tem a prerrogativa de publicar o que lhe interessa, sem se ater aos ditames do mercado editorial? Como é feita a análise do que vai ser publicado?
Não, publicamos todos os gêneros e assuntos, porém também nos atemos ao que dita o mercado, pois nossos livros têm de constar nas livrarias, alvo de todo autor, e se não publicarmos pelo menos 50% que o mercado dita, não teremos espaço.
A análise é feita por meio dos “betas”: o escritor manda seu original em PDF para o e-mail da editora, que envia para esses “betas”, que nos respondem nos mostrando vários aspectos da história, como: enredo, originalidade, criatividade, escrita e aceitação no mundo editorial. Após essa análise, é atribuída uma nota que deve ser superior a 8; do contrário, não publicamos.
O catálogo de sua editora é bem-eclético. Como tem sido a acolhida dos livros?
Sim, de romance a terror, de gospel a LGBT. E isto vem sendo bem-aceito por parte dos leitores.
Como analisa o mercado editorial, sobretudo os livros tidos como romance hot?
Um mercado quem vem sendo explorado ao extremo, mas ainda há muito por fazer. Sobre o romance hot, a aceitação está sendo cada vez maior por parte das mulheres e público LGBT, mas que aos poucos também está ganhando o universo masculino.
Por que as editoras apostam em literatura estrangeira? Trata-se de qualidade literária ou é mais fácil publicar “os de fora”?
90% dos livros que são lançados lá fora já são sucesso de venda, os best-sellers, a qualidade literária não é melhor não, são tão bons quanto os nacionais, porem lá fora para se publicar temos os famosos “agentes literários”, que vão atrás das editoras tradicionais “gratuitas”, mas quando vão já levam “prontinho” o original do seu escritor, sem defeitos, analisado, com um assunto que o leitor quer ler, e isso pula uma etapa bem significativa para a editora, descartando aquilo que não seria bom, indo direto ao melhor. Ou seja, quando esse livro é lançado aqui, não tem como ser sucesso. Mas não é mais fácil publicar o de fora, não. Tradutores de textos são caríssimos, média de ¼ do valor do investimento em um livro. Os royalties e os custos para lançar o livro aqui no Brasil também são bem significativos, mas que se feito da forma correta, o sucesso é garantido.
Se alguém deseja publicar por sua editora, quais são os procedimentos a serem seguidos? Há algum pré-requisito?
Sim. Primeiro eu sempre peço que a pessoa assista a esse vídeo no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=76tSJpFnmDc&t=21s
Depois deve mandar o original para o e-mail lilian@editoracoerencia.com.br . No site da editora, encontram-se as formatações que o texto deve chegar até nós: www.editoracoerencia.com.br, na aba “publique conosco”.
Como tornar o livro impresso desejável para o leitor nos tempos de mídia digital?
Normalmente leitores assíduos preferem o livro físico, e os leitores digitais, depois de ler na plataforma digital, sentem-se na obrigação de ter o físico em mãos, parece que se eles não tiverem em mãos eles não “o possuem”.
A sua editora lançou em julho/2017 a revista Amazing. Fale-nos sobre ela.
Sim, e ela já está indo para a 3ª edição. A Revista Literária Amazing está sendo feita de maneira digital e física.
Ela foi formada pelos escritores e jornalistas da editora, e vamos atrás de todos os escritores do Brasil, conhecidos e não conhecidos.
Veio para crescer, e ajudar a divulgação de tudo que envolve a literatura, como eventos, serviços editoriais, escritores, editoras, jogos, curiosidades, entrevistas, facilitando o acesso desse mundo até o leitor. Em breve ela será estendida e distribuída gratuitamente em todas as livrarias.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2106), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
ENTREVISTA:
Por que resolveu abrir uma editora? Qual é o diferencial?
Minha filha começou a ser escritora bem nova, com 13 anos, e eu, dividida entre lecionar e cuidar da carreira da filha, me vi em um momento que teria de escolher um dos dois para que o escolhido obtivesse mais sucesso.
Enquanto assessorava Giovanna, novos escritores a viam ter sucesso em sua carreira, começaram a me procurar, para assessoria também, e quando percebi estava lançando sete escritores no mundo editorial; e quando me dei conta, já estava com a Editora Coerência aberta, cujo diferencial é o cuidado e o profissionalismo com que tratamos cada escritor.
Como editora, tem a prerrogativa de publicar o que lhe interessa, sem se ater aos ditames do mercado editorial? Como é feita a análise do que vai ser publicado?
Não, publicamos todos os gêneros e assuntos, porém também nos atemos ao que dita o mercado, pois nossos livros têm de constar nas livrarias, alvo de todo autor, e se não publicarmos pelo menos 50% que o mercado dita, não teremos espaço.
A análise é feita por meio dos “betas”: o escritor manda seu original em PDF para o e-mail da editora, que envia para esses “betas”, que nos respondem nos mostrando vários aspectos da história, como: enredo, originalidade, criatividade, escrita e aceitação no mundo editorial. Após essa análise, é atribuída uma nota que deve ser superior a 8; do contrário, não publicamos.
O catálogo de sua editora é bem-eclético. Como tem sido a acolhida dos livros?
Sim, de romance a terror, de gospel a LGBT. E isto vem sendo bem-aceito por parte dos leitores.
Como analisa o mercado editorial, sobretudo os livros tidos como romance hot?
Um mercado quem vem sendo explorado ao extremo, mas ainda há muito por fazer. Sobre o romance hot, a aceitação está sendo cada vez maior por parte das mulheres e público LGBT, mas que aos poucos também está ganhando o universo masculino.
Por que as editoras apostam em literatura estrangeira? Trata-se de qualidade literária ou é mais fácil publicar “os de fora”?
90% dos livros que são lançados lá fora já são sucesso de venda, os best-sellers, a qualidade literária não é melhor não, são tão bons quanto os nacionais, porem lá fora para se publicar temos os famosos “agentes literários”, que vão atrás das editoras tradicionais “gratuitas”, mas quando vão já levam “prontinho” o original do seu escritor, sem defeitos, analisado, com um assunto que o leitor quer ler, e isso pula uma etapa bem significativa para a editora, descartando aquilo que não seria bom, indo direto ao melhor. Ou seja, quando esse livro é lançado aqui, não tem como ser sucesso. Mas não é mais fácil publicar o de fora, não. Tradutores de textos são caríssimos, média de ¼ do valor do investimento em um livro. Os royalties e os custos para lançar o livro aqui no Brasil também são bem significativos, mas que se feito da forma correta, o sucesso é garantido.
Se alguém deseja publicar por sua editora, quais são os procedimentos a serem seguidos? Há algum pré-requisito?
Sim. Primeiro eu sempre peço que a pessoa assista a esse vídeo no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=76tSJpFnmDc&t=21s
Depois deve mandar o original para o e-mail lilian@editoracoerencia.com.br . No site da editora, encontram-se as formatações que o texto deve chegar até nós: www.editoracoerencia.com.br, na aba “publique conosco”.
Como tornar o livro impresso desejável para o leitor nos tempos de mídia digital?
Normalmente leitores assíduos preferem o livro físico, e os leitores digitais, depois de ler na plataforma digital, sentem-se na obrigação de ter o físico em mãos, parece que se eles não tiverem em mãos eles não “o possuem”.
A sua editora lançou em julho/2017 a revista Amazing. Fale-nos sobre ela.
Sim, e ela já está indo para a 3ª edição. A Revista Literária Amazing está sendo feita de maneira digital e física.
Ela foi formada pelos escritores e jornalistas da editora, e vamos atrás de todos os escritores do Brasil, conhecidos e não conhecidos.
Veio para crescer, e ajudar a divulgação de tudo que envolve a literatura, como eventos, serviços editoriais, escritores, editoras, jogos, curiosidades, entrevistas, facilitando o acesso desse mundo até o leitor. Em breve ela será estendida e distribuída gratuitamente em todas as livrarias.
*Sérgio Simka é professor universitário desde 1999. Autor de cinco dezenas de livros publicados nas áreas de gramática, literatura, produção textual, literatura infantil e infantojuvenil. Idealizou, com Cida Simka, a coleção Mistério, publicada pela Editora Uirapuru.
Cida Simka é licenciada em Letras pelas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP). Coautora do livro Ética como substantivo concreto (Wak, 2014) e autora dos livros O acordo ortográfico da língua portuguesa na prática (Wak, 2106), O enigma da velha casa (Uirapuru, 2016) e “Nóis sabe português” (Wak, 2017).
Fiquei muito feliz com a entrevista.
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