João Barone, autor e membro da banda Os Paralamas do Sucesso, é destaque da nova edição da Revista Conexão Literatura – Setembro/nº 111

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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Liga da Justiça | Crítica com Spoilers


Finalmente o maior super grupo de heróis dos quadrinhos estreou nos cinemas: Liga da Justiça.
Sua missão era agradar o público com um filme bom, que fosse mais do que Homem de Aço e Batman vs Superman. Os filmes anteriores não agradaram os críticos e em muito dividiu a opinião do público, deixando as coisas bem agitadas com discussões intermináveis. O reflexo disso foi visto e ouvido pelos estúdios da Warner, que tiveram a humildade de perceber os erros e tentar corrigir. Mas será que isso deu certo ao ponto que se esperava?
Os bastidores de Liga da Justiça não foi dos melhores, cheios de problemas e trapalhadas. Zack Snyder por motivos familiares saiu do projeto antes do fim, permitindo a entrada de Joss Whedon para finalizar o processo. Faltando dois meses para a estréia do filme, a equipe ainda passava por refilmagens e precisava lhe dar com o famigerado bigode de Henry Cavill, que diga-se de passagem não foi devidamente corrigido no pós produção, deixando bem perceptível suas falhas gráficas, como se deformasse o rosto do ator e deixando seus movimentos labiais - um tanto - estranhos.

Esse novo filme abandona/muda o que foi construído nos filmes anteriores. O tom é mais leve e recheado com piadas. Os personagens parecem estar numa onda astral melhor. O filme não tem tantas piadas o quanto imaginei que tivesse, o problema é que poucas delas me fizeram rir de verdade. Timing errado e problemas no texto acabaram prejudicando um pouco o alívio cômico, cargo esse que recaiu sobre Flash (meu herói favorito da DC). Ezra Miller (Flash) não me agradou desde a sua contratação. O Flash do filme LJ é mais uma mistura de Barry Allen e o fanfarrão Wally West. Seu alívio cômico parece um pouco forçado, infantil e fora de hora, o personagem parece um bobão. Tento entender que talvez seja pelo fato dele ser novato e estar representando o público naquele universo, tudo com o que ele se depara, fica impressionado e encantado. O fato é que não me agradou, ainda prefiro o Barry Allen (Grant Gustin) da série, mesmo ele ainda sendo mais lento que seus vilões (risos).

Por outro lado, Mulher Maravilha continua Rainha-Deusa como sempre. E acredito que ela ainda mantém o símbolo de esperança até mais do que Superman. Diana desperta o melhor em você. 
Ciborgue é o personagens mais dramático dentre todos da equipe, e achei isso ótimo. Seus problemas e carga emocional foi o que mais me interessou, e eu queria ver mais sobre ele. É um herói "depressivo" por sua condição, mas até o fim do filme essa carga se alivia e seu astral melhora. Ciborgue é importante para a equipe e também para a resolução do McGuffin, sem contar sua interação com as máquinas, é fabuloso.

Jason Momoa, como Aquaman, surpreende um pouco. Também tem seus momentos cômicos. Quem ele é, é exposto em um único diálogo, sem se aprofundar no personagem. Chegado numa bebida e mal-encarado, Aquaman é um cara legal por trás de um brutamontes. Não fiquei incomodado com essa versão do personagem, achei bem Ok.

E agora vamos falar de Batman. O Homem Morcego foi o que sofreu a maior mudança. Foi repaginado, descaracterizado em relação ao que era, ao que foi apresentado anteriormente. Está bem humorado, sorridente e fazendo piadinhas que são muito mais desconfortantes do que engraçadas, talvez muito disso seja culpa do próprio Ben Affleck, que parece querer terminar logo o trabalho e voltar para casa. Batman não parece mais aquele cara que marcava bandidos com ferro quente para que morressem na cadeia. Apesar de ser o Batman mais de vinte anos, encontra problemas para liderar a Liga, e até tenta repassar a responsabilidade para Diana. Durante o filme, Bruce Wayne, tenta lhe dar com a culpa que sente sobre a morte de Superman, sempre reforçando que o Filho de Krypton é a Sperança do mundo. 

E finalmente chegou a hora do milagre, Superman. O personagem aparece mais pro final do segundo ato, voltando à vida pelo esforço de seus amigos que utilizam a Caixa Materna. Desorientado, Superman, de início, não reconhece ninguém e está agressivo. Um ótimo momento para colocar os membros da Liga para medir forças com ele. De todo o filme essa é a minha cena preferida. Nesse momento você parece ver o real poder do Superman, pois ele, tranquilamente, enfrenta os colegas, sem o mínimo de esforço. Ainda bem que o Batman chega atrasado, caso contrário poderia ter levado a pior. Ainda me pergunto, como o homem mais preparado da Terra não tinha uma Kryptonita para aquele momento? Ninguém sabia no que aquilo poderia dar, e falta de aviso por parte da Mulher Maravilha não foi. Ainda bem que a arma secreta era Lois Lane, que deixou o homem calminho, Ufa! É, não deve ser fácil voltar da morte. E no fim dessa cena temos mais uma piadinha ruim vindo do Batman. 
Eu não poderia deixar de comentar sobre o pequeno embate entre Flash e Superman, ver eles em alta velocidade foi demais, incrível.

Depois disso, Clark Kent começa a recobrar o bom senso e começamos a ver realmente o Superman que tanto queríamos, mesmo que ele encare superficialmente o drama de "voltar à vida". Vemos um herói que trás a Sperança, otimista, sorridente e que se importa com a vida das pessoas. Um retrato que nos faz lembrar do saudoso e melhor Superman que já existiu: Christopher Reeve.
Em uma cena no final do filme, Superman para de lutar com o vilão para salvar as vidas das pessoas que estão em perigo no caos do lado de fora de onde os heróis estão. Pessoas que estão fugindo dos Parademônios. Superman e Flash se unem para salvá-los rapidamente, e é exatamente isso que o escoteiro azul faria. Ponto positivo.
E já que falei dessas pessoas, digo que fiquei muito incomodado com a família que foi "apresentada" durante o filme inteiro. Fiquei esperando que algo relevante acontecesse com eles e... nada, nada e nada. Foram arrastados até o fim do filme só para serem salvos pelo Flash. Desnecessários, não acrescentaram nada para trama, tempo perdido com eles. Fiquei mais aflito com o Ciborgue perdendo a perna do que essa família fugindo os Parademônios.
Outro incomodo que fez pensar até que recentemente foi o seguinte: O Lobo da Estepe está com o pai do Ciborgue, segurando ele pelo pescoço e ameaçando sua vida. Escondidos, os heróis observam e preparam o ataque. Flash recebe a missão de entrar e trazer as vítimas para fora, o mais rápido que conseguir. Flash percebe que o momento está carregado de tensão e que o vilão é ameaçador. E o que acontece? Flash sente medo e inventa várias desculpas para não entrar. Até aqui tudo bem. Eis a pergunta que ficou na cabeça: Por que os Parademônios não sentiram o medo do Flash, uma vez que eles se alimentam disso e sentem o "cheiro" de longe? Parece que não vamos saber sobre isso tão cedo, não é mesmo?

Outro erro que vai deixar você com a pulga atrás da orelha é sobre o passado do Ciborgue. Veja só: O Ciborgue foi transformado graças a tecnologia da Caixa Materna, ok? Seu pai já estava trabalhando com a Caixa Materna há algum tempo, contudo, o artefato estava "adormecido". Logo, vimos a morte de Superman, e a Caixa Materna despertou, assim, o pai do Ciborgue a usou para salvar a vida do filho. E agora vêm o "X" da questão. Como pode tudo isso ter acontecido com o Ciborgue se o vimos sendo transformado em Batman vs Superman? Ou seja, Superman ainda estava vivo, logo, a Caixa Materna ainda deveria estar "adormecida". Em Liga da Justiça, essas duas histórias não se conectam. Ou seja, a Caixa Materna estava adormecida ou não?

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O Vilão, Lobo da Estepe é um espantalho. Personagem sem profundidade nenhuma, com objetivos simplistas muito claros, pegar as Caixas Maternas e pronto. O resto do filme acontece por causa disso. Trazer o Superman de volta só foi possível por causa da Caixa Materna, para que ele lutasse e derrotasse o vilão. 
Claramente o Lobo da Estepe será esquecido ainda essa semana. É um personagem que você não compra. Só está lá para causar e reunir a Liga. Muitas pessoas reclamaram do seu CGI, não vi tantos problemas assim. Talvez seja pelo fato de que assisti ao filme em 3D. Mas com certeza o CGI é bem perceptível. Esse é um ponto fraco, a Warner sempre faz parecer uma cena de vídeo game em certos momentos. Em relação ao Ciborgue eu também não fiquei incomodado com sua aparência e gráficos. 

Confesso que as batalhas contra o vilão não me empolgaram o quanto eu gostaria. Quando ele apareceu na ilha das amazonas, não fiquei aflito pela vida das guerreiras. Mas adorei o flashback que contou sua invasão anterior, onde lutou contra deuses, amazonas, atlantes, tribos dos homens e muitos outros. Foi realmente legal ver que os Lanternas Verdes já estiveram presentes na história, foi uma pequena batalha empolgante. 

O filme da Liga da Justiça está seguindo o seu caminho, aos trancos e barrancos. Contudo, mesmo com as dificuldades de produção, miram para acertar, embora mais erram do que acertam. No fim das contas, o saldo fica positivo. É um filme legal, nada de novo é apresentado no gênero de Super-heróis. Do jeito que foi feito, é realmente um milagre ter ficado com o saldo positivo. 

Muitas cenas são apressadas e cortadas de forma até bruscas. Por conta disso, apresentações e dramas de personagens secundários são bem superficiais, no fim das contas todos saem perdendo. Um personagem que poderia acrescentar algo importante e relevante acaba sendo diminuído. Aconselho que você reveja os trailers e note quantas cenas foram deletadas. Isso só nos leva a crer que daqui um tempo teremos versões alternativas do filme, como: versão estendida, versão sem cortes, versão do diretor... o resto da história você já conhece. Quando o filme passa por essas reformas é bem preocupante. Parece que você foi ao cinema para ver algo que teoricamente não estava 100% acabado, ou pior, ver uma "versão de teste".

Mulher Maravilha continua sendo o melhor filme desse universo, disparado. Tudo o que nos resta é esperar pelo próximo filme e ter esperança para que seja melhor, por enquanto isso é tudo o que a Warner tem gerado de sentimento no público, esperança para o próximo, que parece estar tornando-se um ciclo vicioso.

Aquaman será o último filme nesse universo compartilhado da DC, segundo as notícias até o dia dessa publicação. O que será das próximas estreias? Como ficará esse universo que foi construído até agora? Será que muito dele será simplesmente ignorado como  o que aconteceu com muitas coisas ocorridas em Batman vs Superman, gerando furo de continuidade? 
Enquanto a concorrência segue firme e bem sucedida, Warner/DC precisa cuidar para colocar a casa em ordem.

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Um comentário:

  1. Excelente filme, desfrutei muito. Meu personagem favorito é Mulher Maravilha, acho que seu filme foi o melhor de todos! É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver. Foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores e um elenco super bom. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. É um dos melhores filmes de ação gostaría que vocês vissem pelos os seus próprios olhos, se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. Eu gosto da forma em que ela esta contada, faz a historia muito mais interessante. Gal Gadot é ótima porque mostrou com perfeição a jornada de uma deusa, uma guerreira e uma mulher. Ela e Chris Pine são uma mistura perfeita. Eu recomendo!

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