“Batendo asas, a palavra voa pelo pensamento...
Até que vibra na garganta,
pula pela boca
e passa a voar ao vento.”
A Poética do Impulso, de Línox, possui uma estética singular. O seu conteúdo não foi concebido para ser impresso em papel, ou ordenado em forma de livro. Ao pé da letra, são recortes de postagens na internet, geradas a partir do exercício espontâneo, orgânico, visceral do autor, de regurgitar pensamentos que lhe tomam de assalto, enquanto assumem o aspecto da palavra escrita.São rompantes, fragmentos, epifanias. São poesia.
Músico de profissão, o baterista, compositor e cantor Línox começou a exercitar a escrita de forma mais consistente ao participar de um grupo de estudo de filosofia com Claudio Ulpiano, nos idos de 1993. Mas foi em 2010, ao criar um perfil no Facebook, que a prática de lapidar o pensamento em palavras se descolou das músicas e ganhou ritmo. “A página lotou de gente”, conta, num movimento de troca de poemas que estimulava respostas instintivas, quase imediatas. “Este exercício despretensioso resultou numa linguagem sem preocupação alguma com a exposição, até pela própria leveza da rede social. Cada post de algum amigo – a maioria dos quais nunca cheguei a conhecer pessoalmente – disparava em mim uma nova escrita. E os poemas iam saindo mais rápido e com mais contorno.”
Até que vibra na garganta,
pula pela boca
e passa a voar ao vento.”
A Poética do Impulso, de Línox, possui uma estética singular. O seu conteúdo não foi concebido para ser impresso em papel, ou ordenado em forma de livro. Ao pé da letra, são recortes de postagens na internet, geradas a partir do exercício espontâneo, orgânico, visceral do autor, de regurgitar pensamentos que lhe tomam de assalto, enquanto assumem o aspecto da palavra escrita.São rompantes, fragmentos, epifanias. São poesia.
Músico de profissão, o baterista, compositor e cantor Línox começou a exercitar a escrita de forma mais consistente ao participar de um grupo de estudo de filosofia com Claudio Ulpiano, nos idos de 1993. Mas foi em 2010, ao criar um perfil no Facebook, que a prática de lapidar o pensamento em palavras se descolou das músicas e ganhou ritmo. “A página lotou de gente”, conta, num movimento de troca de poemas que estimulava respostas instintivas, quase imediatas. “Este exercício despretensioso resultou numa linguagem sem preocupação alguma com a exposição, até pela própria leveza da rede social. Cada post de algum amigo – a maioria dos quais nunca cheguei a conhecer pessoalmente – disparava em mim uma nova escrita. E os poemas iam saindo mais rápido e com mais contorno.”
Destes diálogos poéticos na rede surgiu o projeto Organismo, em 2012, em parceria com os amigos virtuais Roberto Pontes e Shala Andirá, os quais finalmente veio a conhecer em carne e osso em um sarau combinado na casa desta última. Os poemas, então, evoluíram para espetáculos performáticos que misturavam a palavra postada com texturas musicais, sons emanados sem quaisquer instrumentos.
Essa 'experimentação' logo repercutiu no efervescente underground literário e artístico carioca, e virou um movimento poético. Chamou a atenção de muita gente e uma amiga acabou convencendo Línox de que aqueles posts dariam um livro.“Quando parti para analisar o material recolhido na internet, eram trezentas e tantas páginas de PDF. Apesar de surgirem de formas distintas, eu percebi que muita coisa tinha vida própria. Daí em diante foram incontáveis cortes, até encontrar certa cronologia e ordenação temática.”
Ao descrever o processo de criação do livro, Línox foi direto ao ponto: A Poética do Impulso tem vida própria. E, como é comum a tudo que tem vida, sua natureza é única. Cada página surpreende a gente, é um novo impulso, impossível prever qual será o próximo.
Vida, seta, flecha, meta. Silêncio, tempo, olhar, palavra. Corpo, desejo/querer, acaso, paisagem. Mar, medo, beleza, plural, retina. Pensamento, caos, insônia, organismo. Os poemas-impulsos vão revelando a existência como resultado final do desejo, o homem como máquina desejante, a potência do corpo, e as múltiplas formas de enxergar o real. “O que nos resta é o olhar, onde tudo se dá e onde tudo se pode transformar”, poematiza o autor.
Línox ancora suas referências no rigor estético de João Cabral de Melo Neto, quem considera o maior representante da cultura brasileira, e no neoconcretismo de Ferreira Gullar. A contemporaneidade confere uma aura concretista ao livro, muito embora tentar enquadrar A Poética do Impulso não faça lá qualquer sentido. “Este livro nasceu do espanto, do ímpeto, de pequenas explosões de vida que interrompiam meu canto, minhas composições, dando espaço à palavra escrita”, esclarece.
Resumindo, espantem-se.
A Poética do Impulso
Línox
Editora: Ibis Libris
Páginas 160
R$ 40,00
Formato: 14,8x21cm
Essa 'experimentação' logo repercutiu no efervescente underground literário e artístico carioca, e virou um movimento poético. Chamou a atenção de muita gente e uma amiga acabou convencendo Línox de que aqueles posts dariam um livro.“Quando parti para analisar o material recolhido na internet, eram trezentas e tantas páginas de PDF. Apesar de surgirem de formas distintas, eu percebi que muita coisa tinha vida própria. Daí em diante foram incontáveis cortes, até encontrar certa cronologia e ordenação temática.”
Ao descrever o processo de criação do livro, Línox foi direto ao ponto: A Poética do Impulso tem vida própria. E, como é comum a tudo que tem vida, sua natureza é única. Cada página surpreende a gente, é um novo impulso, impossível prever qual será o próximo.
Vida, seta, flecha, meta. Silêncio, tempo, olhar, palavra. Corpo, desejo/querer, acaso, paisagem. Mar, medo, beleza, plural, retina. Pensamento, caos, insônia, organismo. Os poemas-impulsos vão revelando a existência como resultado final do desejo, o homem como máquina desejante, a potência do corpo, e as múltiplas formas de enxergar o real. “O que nos resta é o olhar, onde tudo se dá e onde tudo se pode transformar”, poematiza o autor.
Línox ancora suas referências no rigor estético de João Cabral de Melo Neto, quem considera o maior representante da cultura brasileira, e no neoconcretismo de Ferreira Gullar. A contemporaneidade confere uma aura concretista ao livro, muito embora tentar enquadrar A Poética do Impulso não faça lá qualquer sentido. “Este livro nasceu do espanto, do ímpeto, de pequenas explosões de vida que interrompiam meu canto, minhas composições, dando espaço à palavra escrita”, esclarece.
Resumindo, espantem-se.
A Poética do Impulso
Línox
Editora: Ibis Libris
Páginas 160
R$ 40,00
Formato: 14,8x21cm
Para adquirir, acesse: http://ibislibris.loja2.com.br/7011239-A-POETICA-DO-IMPULSO
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