Itamar Morgado |
Itamar Morgado é pesquisador, artista visual e escritor. Autor dos livros infantis de sucesso de público e crítica: "Bia Baobá" publicado pela CEPE Editora e "A peleja do boi Maneiro contra a lei da gravidade" - projeto editorial aprovado pela lei estadual de cultura (FUNCULTURA). Bacharel em Direito, graduou-se em Artes Plásticas, complementada por Mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pernambuco. Natural de Americana/SP, mora no Recife desde 1976, onde trocou a carreira profissional no mercado financeiro pelas reflexões críticas sobre o campo das artes e seus artífices. Além de artigos acadêmicos no âmbito da UFPE, tem contos publicados pela Universidade do Porto (Portugal). Atualmente pesquisa o cenário artístico pernambucano das décadas de 1960 a 1980, e organiza trabalhos literários com este foco.
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Itamar Morgado: O gosto pela literatura saltou para a minha vida ainda em Americana-SP diretamente da 1ª gaveta da “camiseira” de meu pai, repleta de livros de poetas da segunda fase do romantismo brasileiro, como Fagundes Varela e Casimiro de Abreu, além de Gonçalves Dias e Olavo Bilac. Meu pai era contramestre de tecelagem e poeta nas horas vagas. Tinha o hábito de ler livros e jornais em voz alta para a família, que se reunia em torno da tábua em que minha mãe passava roupa. Eu admirava a capacidade que ele tinha de pronunciar o nome das personalidades estrangeiras então em evidência, como o do general norte-americano, à época presidente dos Estados Unidos: E I S E N H O W E R!
Acabei fazendo o curso “Clássico” que dava ênfase a línguas e literatura. Até então minhas atividades literárias se resumiam a redigir os manifestos de protesto da turma, ou criar acrósticos para a chapa de oposição nas campanhas de eleição do diretório estudantil. Mas prevaleceu, como meio de subsistência, a minha carreira profissional, como bancário. Formalmente, minhas primeiras oportunidades de publicação surgiram bem mais tarde (2004), no universo acadêmico, em parcerias com as professoras do Departamento de Teoria da Arte da UFPE, Bete Gouveia e Madalena Zaccara. Eram artigos baseados em pesquisas sobre artistas locais, como o pintor Montez Magno e a ceramista Christina Machado que chegaram a ser publicados na Universidade do Porto-PT e nos anais da ANPAP Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.
Conexão Literatura: Você é autor do livro "Bia Baobá" (CEPE Editora) e "A peleja do boi Maneiro contra a lei da gravidade" (FUNCULTURA). Poderia comentar?
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?
Itamar Morgado: O gosto pela literatura saltou para a minha vida ainda em Americana-SP diretamente da 1ª gaveta da “camiseira” de meu pai, repleta de livros de poetas da segunda fase do romantismo brasileiro, como Fagundes Varela e Casimiro de Abreu, além de Gonçalves Dias e Olavo Bilac. Meu pai era contramestre de tecelagem e poeta nas horas vagas. Tinha o hábito de ler livros e jornais em voz alta para a família, que se reunia em torno da tábua em que minha mãe passava roupa. Eu admirava a capacidade que ele tinha de pronunciar o nome das personalidades estrangeiras então em evidência, como o do general norte-americano, à época presidente dos Estados Unidos: E I S E N H O W E R!
Acabei fazendo o curso “Clássico” que dava ênfase a línguas e literatura. Até então minhas atividades literárias se resumiam a redigir os manifestos de protesto da turma, ou criar acrósticos para a chapa de oposição nas campanhas de eleição do diretório estudantil. Mas prevaleceu, como meio de subsistência, a minha carreira profissional, como bancário. Formalmente, minhas primeiras oportunidades de publicação surgiram bem mais tarde (2004), no universo acadêmico, em parcerias com as professoras do Departamento de Teoria da Arte da UFPE, Bete Gouveia e Madalena Zaccara. Eram artigos baseados em pesquisas sobre artistas locais, como o pintor Montez Magno e a ceramista Christina Machado que chegaram a ser publicados na Universidade do Porto-PT e nos anais da ANPAP Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.
Conexão Literatura: Você é autor do livro "Bia Baobá" (CEPE Editora) e "A peleja do boi Maneiro contra a lei da gravidade" (FUNCULTURA). Poderia comentar?
Itamar Morgado: O processo de criação de meus livros de poesia e dos infantis não obedece a critérios racionais. São decorrência de uma espécie de “espasmo emocional”, fruto de um acontecimento impactante ou, no caso dos infantis, do natural encantamento surgido no relacionamento com as crianças. Em 2005, a morte de um adolescente amigo das minhas filhas num assalto no Poço da Panela, desencadeou uma série de poemas, reunidos numa edição artesanal que chamei de Poemas Datados, ainda inéditos.
Bia Baobá (2011) é uma espécie de auto de Natal, dedicado à minha neta Nara (6) quando ainda em gestação. Foi premiado no I Concurso de Literatura Infantojuvenil da Cepe (2010). Bia é hoje a minha 5ª filha, e como tal, ficou independente e ganhou o mundo!
Já "A peleja do boi Maneiro contra a lei da gravidade" concebido em formato de cordel, com ilustrações minhas que remetem ao universo das xilogravuras populares, foi patrocinado por edital do Funcultura e é uma homenagem à rica cultura pernambucana. Uma retribuição à acolhida generosa por mim recebida nesta terra há exatos 40 anos (1976-2016)
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo demorou para escrever os seus livros?
Itamar Morgado: Bia Baobá durou em torno de 6 meses. A história, que no original tinha o dobro de páginas do que a versão publicada, surgiu concomitantemente com a ilustração, feita por mim com colagem de recortes de páginas de revista, o que transformou o chão da minha varanda num caos de pedacinhos de papel colorido, para desespero de minha mulher. A versão colagem acabou não sendo utilizada por motivos de ordem operacional da editora, sendo substituída pela competente ilustração de Marcio Monteiro, por coincidência meu amigo e ex-colega da turma de artes plásticas da UFPE. Mas guardo os originais, quem sabe, para uma nova edição, sem cortes, no futuro.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de cada um dos seus livros especialmente para os nossos leitores?
Itamar Morgado:
Bia Baobá:
Agora ela entendia por que a sementinha não saía do seu pensamento. Ela estava o tempo todo na sua cabeça. Ou melhor, no seu chapéu! Foi assim que ela passou a ser chamada de Bia Margarida.
A peleja [...]:
Boi Maneiro, com garra e humildade,
fez carreira no campo da política,
sem deixar de exercer a sua crítica,
sempre com muito zelo e honestidade.
Em Brasília, anda ao lado da verdade
e é inimigo tenaz da corrupção
e esse tipo de nobre cidadão
na política é coisa que rareia...
Mas, se à noite, no céu tem lua cheia
ele sente saudades do sertão!
Conexão Literatura: Como os interessados deverão proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Bia Baobá (2011) é uma espécie de auto de Natal, dedicado à minha neta Nara (6) quando ainda em gestação. Foi premiado no I Concurso de Literatura Infantojuvenil da Cepe (2010). Bia é hoje a minha 5ª filha, e como tal, ficou independente e ganhou o mundo!
Já "A peleja do boi Maneiro contra a lei da gravidade" concebido em formato de cordel, com ilustrações minhas que remetem ao universo das xilogravuras populares, foi patrocinado por edital do Funcultura e é uma homenagem à rica cultura pernambucana. Uma retribuição à acolhida generosa por mim recebida nesta terra há exatos 40 anos (1976-2016)
Conexão Literatura: Como foram as suas pesquisas e quanto tempo demorou para escrever os seus livros?
Itamar Morgado: Bia Baobá durou em torno de 6 meses. A história, que no original tinha o dobro de páginas do que a versão publicada, surgiu concomitantemente com a ilustração, feita por mim com colagem de recortes de páginas de revista, o que transformou o chão da minha varanda num caos de pedacinhos de papel colorido, para desespero de minha mulher. A versão colagem acabou não sendo utilizada por motivos de ordem operacional da editora, sendo substituída pela competente ilustração de Marcio Monteiro, por coincidência meu amigo e ex-colega da turma de artes plásticas da UFPE. Mas guardo os originais, quem sabe, para uma nova edição, sem cortes, no futuro.
Conexão Literatura: Poderia destacar um trecho de cada um dos seus livros especialmente para os nossos leitores?
Itamar Morgado:
Bia Baobá:
Agora ela entendia por que a sementinha não saía do seu pensamento. Ela estava o tempo todo na sua cabeça. Ou melhor, no seu chapéu! Foi assim que ela passou a ser chamada de Bia Margarida.
A peleja [...]:
Boi Maneiro, com garra e humildade,
fez carreira no campo da política,
sem deixar de exercer a sua crítica,
sempre com muito zelo e honestidade.
Em Brasília, anda ao lado da verdade
e é inimigo tenaz da corrupção
e esse tipo de nobre cidadão
na política é coisa que rareia...
Mas, se à noite, no céu tem lua cheia
ele sente saudades do sertão!
Conexão Literatura: Como os interessados deverão proceder para adquirir os seus livros e saber um pouco mais sobre você e o seu trabalho literário?
Itamar Morgado: Bia Baobá pode ser adquirido nas principais livrarias da cidade, incluindo a livraria da sede da Cepe, em Santo Amaro. A versão digital interativa pode ser adquirida através do site http://editora.cepe.com.br/index.php/noticias/clipping/457-cepe-lanca-5-e-books-infantis-interativos.html.
A peleja do Boi Maneiro pode ser adquirida pelo e-mail im.publicare@gmail.com
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Itamar Morgado: Sim. Estou trabalhando num livro de contos, destinado ao público adulto, projeto antigo, que pretendo concluir em 2017. Também tenho várias historias infantis prontas, à espera de oportunidade para publicação: História de trás pra frente, O porquinho ronquifuça e o monstro do milharal, O livro de todas as Marias, A terra dos meninos sabe-tudo, etc.
Em paralelo, o lançamento do livro organizado por mim Plinio Palhano: o desassossego da luz, previsto para meados de dezembro próximo, no Espaço Cultural Correios. Para o início do próximo ano lançaremos De Sinhá Prendada a artista visual, inventário das mulheres artistas pernambucanas, fruto de pesquisa de equipe liderada pela Profª Doutora Madalena Zaccara da UFPE.
Perguntas rápidas:
Um livro: Dom Quixote
Um (a) autor (a): Gabriel Garcia Marquez
Um ator ou atriz: Antonio Abujamra
Um filme: Viagem à Lua (de Georges Méliès, 1902)
Um dia especial: O nascimento da minha primeira filha, Tatiana, em 1974
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Itamar Morgado: Apenas agradecer a oportunidade de estar nesse espaço, e me congratular com os idealizadores pela feliz iniciativa.
A peleja do Boi Maneiro pode ser adquirida pelo e-mail im.publicare@gmail.com
Conexão Literatura: Existem novos projetos em pauta?
Itamar Morgado: Sim. Estou trabalhando num livro de contos, destinado ao público adulto, projeto antigo, que pretendo concluir em 2017. Também tenho várias historias infantis prontas, à espera de oportunidade para publicação: História de trás pra frente, O porquinho ronquifuça e o monstro do milharal, O livro de todas as Marias, A terra dos meninos sabe-tudo, etc.
Em paralelo, o lançamento do livro organizado por mim Plinio Palhano: o desassossego da luz, previsto para meados de dezembro próximo, no Espaço Cultural Correios. Para o início do próximo ano lançaremos De Sinhá Prendada a artista visual, inventário das mulheres artistas pernambucanas, fruto de pesquisa de equipe liderada pela Profª Doutora Madalena Zaccara da UFPE.
Perguntas rápidas:
Um livro: Dom Quixote
Um (a) autor (a): Gabriel Garcia Marquez
Um ator ou atriz: Antonio Abujamra
Um filme: Viagem à Lua (de Georges Méliès, 1902)
Um dia especial: O nascimento da minha primeira filha, Tatiana, em 1974
Conexão Literatura: Deseja encerrar com mais algum comentário?
Itamar Morgado: Apenas agradecer a oportunidade de estar nesse espaço, e me congratular com os idealizadores pela feliz iniciativa.
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