Em novembro de 2015, Charles Cosac anunciou o encerramento das atividades da editora Cosac Naify e algumas das causas pontuadas por ele foi devido a crise econômica brasileira e a burocrática legislação vigente no país.
Trazendo a experiência da Cosac, que publicava excelentes livros de arte, arquitetura, cinema, dança, design, fotografia, literatura, moda, música etc, as ex-diretoras editorial e de arte Florencia Ferrari e Elaine Ramos, uniram-se à Gisela Gasparian. Elas mostram que é possível driblar a crise com otimismo, planejamento e muita garra na nova editora Ubu, da qual são sócias. As atividades da editora iniciam agora em setembro, mas o site já está em pleno funcionamento e com títulos em pré-venda: http://www.ubueditora.com.br
Para sabermos ainda mais sobre as novidades da editora Ubu, fizemos uma entrevista com a diretora editorial Florencia Ferrari. Confira:
Trazendo a experiência da Cosac, que publicava excelentes livros de arte, arquitetura, cinema, dança, design, fotografia, literatura, moda, música etc, as ex-diretoras editorial e de arte Florencia Ferrari e Elaine Ramos, uniram-se à Gisela Gasparian. Elas mostram que é possível driblar a crise com otimismo, planejamento e muita garra na nova editora Ubu, da qual são sócias. As atividades da editora iniciam agora em setembro, mas o site já está em pleno funcionamento e com títulos em pré-venda: http://www.ubueditora.com.br
Para sabermos ainda mais sobre as novidades da editora Ubu, fizemos uma entrevista com a diretora editorial Florencia Ferrari. Confira:
Florencia Ferrari |
ENTREVISTA:
Conexão Literatura: Como foi para você e Elaine Ramos, ex-diretoras editorial e de arte da extinta Cosac Naify, se juntarem à Gisela Gasparian, que assumiu a direção de operações, criar a editora Ubu, que inicia suas atividades agora em setembro?
Florencia Ferrari: O fechamento da Cosac Naify foi um golpe, e diante do vazio decidimos continuar fazendo livros. Começamos a pensar que tamanho teria, que títulos dariam certo e eu usei o tanto de DNA do meu pai matemático pra fazer uma excel com as variáveis que contavam para a edição e venda dos livros. Era óbvio que aquilo não era um business plan, e um amigo nos colocou em contato com a Gisela, ex-executiva da McKinsey e da Somos educação que estava num sabático e quis nos ajudar pro-bono a montar o plano de negócio. Só que o que a gente não sabia é que ela era neta do Fernando Gasparian, e pouco tempo percebemos que tínhamos que montar a Ubu juntas. São três sócias muito complementares, que trabalhamos muito bem juntas.
Conexão Literatura: Por quê o nome Ubu?
Florencia Ferrari: Escolher um nome não foi fácil, mas Ubu respondia a algumas das nossas demandas: uma referência literária forte, um nome fácil, curto e visual, sem concorrência em nenhuma área no Brasil. Ubu é um dos personagens de várias obras do poeta, romancista e dramaturgo francês Alfred Jarry, entre as quais a peça Ubu-rei é a mais conhecida. Nascido em 1873, Jarry foi referência para as vanguardas artísticas do século XX, além de precursor reconhecido, junto com Guillaume Apollinaire, do Teatro do Absurdo, que reuniria dramaturgos como Eugène Ionesco, Jean Genet e Samuel Beckett.
Conexão Literatura: A Ubu fez um acordo para obter alguns títulos da Cosac Naify. Poderia comentar?
Florencia Ferrari: Sim, compramos os arquivos de 35 livros, 4 dos quais estavam em produção e portanto são novidades, como essa edição crítica de Os Sertões. A maior parte deles tem perfil universitário, como quase toda a coleção de antropologia que eu editei pessoalmente na Cosac Naify, e alguns livros adotados de crítica de arte e arquitetura.
Conexão Literatura: Além dos títulos adquiridos pela Cosac Naify, a Ubu irá avaliar e publicar novos títulos? Como será o processo? Terá um gênero específico?
Florencia Ferrari: Vamos publicar poucos livros por ano, cerca de 10. Temos muitos projetos já pensados, o que dá pouco espaço para abrir para avaliação de originais. Vamos trabalhar em diferentes áreas, buscando justamente fazer a ponte entre elas: arte, arquitetura, ciências humanas, cinema, design, fotografia, literatura, e um ou outro infanto-juvenil que tenha relação com o catálogo. Não vamos publicar ficção brasileira contemporânea, porque não temos estrutura para receber e avaliar originais e acompanhar as atividades dos autores brasileiros. Também não teremos uma linha de livros infantis típicos de adoção escolar, que também demandam uma estrutura grande. Vamos apostar em títulos certeiros que consigamos comunicar para um público próximo.
Conexão Literatura: O que podemos esperar da Ubu daqui pra frente?
Florencia Ferrari: Devagarinho, um livro depois do outro, construir um catálogo relevante, com todo o cuidado possível.
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