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sábado, 21 de julho de 2018

Murmúrios de Tristeza - Idianara Lira Navarro

Eis que me encontro condenada a solidão d´alma, a qual me envolve totalmente em um manto sombrio de amargura e dor, que me definha lentamente. Um gélido vento passa por meu rosto e pousa em meus ouvidos profundos murmúrios de tristeza, que declamam a saudade que sinto de um passado que infelizmente não voltará.

Viver? Por quê? Se a alegria que exalava em meu ser se extinguiu, cedendo lugar a uma infinita tristeza que se apoderou de mim até a última gota de sangue? Tudo que restaram foram lembranças mórbidas e um coração vazio! Sou hoje apenas a sombra do que um dia fui.

Morrer? Para quê? Talvez descansar do mundo e encostar a cabeça numa lájea fria onde não serei mais assombrada por tais sentimentos, é uma possibilidade profundamente atraente, pois acredito que é preferível morrer e talvez encontrá-lo, a viver diariamente aterrorizada pelos punhos impiedosos deste descomunal sofrimento.

Lembro-me que ele sempre dizia: "o que fica para depois não é o que está confirmado para existir!" E enquanto os dias se arrastam eu tento acreditar que este "depois" talvez me trará uma pequena porção de felicidade.

E assim vivo ou melhor, sobrevivo, atormentada por sua ausência que se faz sempre presente aterrorizando-me com seus murmúrios de tristeza...

* Pintura de Markus Akensson



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